30 de agosto de 2013

E se?

"E" e "se" são duas palavras que sozinhas e separadas, são inofensivas, porém se colocadas lado a lado podem parecer infernais. E se? E se tivesse acontecido de outra forma, por outro caminho com outras pessoas em outra vida? E se fosse diferente? E se não não fosse imaginação? Impulsos, vontades, desejos, insatisfação. Por que estar sempre insatisfeito com alguém? Por que sempre querer mais do que o outro está disposto a oferecer? Voce pode querer o mundo, ou querer ser o mundo do outro, sem saber que esse outro não sente da mesma forma. É uma utopia. Como uma vida imaginária, mas ela existe. Está ali. É pensada e vivida, com vontades desejos e sentimento, uma imensidão deles. Um segunda dimensão. A fuga da realidade. A vida perfeita. Começo a me perguntar se é isso a vida. Se é isso pra o qual eu nasci. Sempre pensar que sou correspondida pelo outro nesse plano, quando isso só acontece no outro plano. Confundir o real com imaginário aparentemente é o que mais faço. Não sei ao certo por que. Acredito muito no que eu ouço, e pra mim aquilo deveria ser o motivo pelo qual as pessoas fazem as coisas. Se há reciprocidade entre ambos é assim que deveria acontecer, um fazer as coisas pelo outro, como num tipo de sacrificio justificado pelo amor. Julieta abriu mão da vida pelo amor, sem dúvidas. Confiava que seu amado era sincero no que sentia. Mas amor? abrir mao da vida? Falando dessa forma hoje parece piegas. E é, pra maioria das pessoas. Pra mim não. Amor é o maior motivo pelo qual vivemos, pra sermos e nos sentirmos amados ou correspondidos em um amor surreal, que ultrapasse as barreiras do ego, do eu. Não vejo sentido em viver uma vida de insatisfações, de desconfianças. Um sofrimento opcional, pra que? Por que não ser feliz? Por que não poder ter tudo que deseja? Por que não amar e ser amado de volta? Existe por acaso alguma lei que diz que aquelas duas pessoas nao podem se amar mutualmente, e perdidamene como se não houvesse céu nem inferno? Então a vida é esse mar de insatisfações... Alice ama Roberto mas Roberto não a ama de volta ele ama Lucia Helena, aquela bonita que se veste muito bem e fala difícil, está olhando para Marcel. Como as pessoas se conformam com isso? Não seria tudo mais simples se Roberto e Alice se amassem um ao outro? Sim essa seria a vida perfeita imaginária. A minha funciona assim. Não se pode querer tudo ao mesmo tempo agora, se a outra pessoa nao quiser o mesmo que vocé não adianta, Não se pode esperar uma resposta a vida inteira. Não se pode esperar que aquele te corresponda a vida inteira. Não se pode obrigá-lo a te amar de volta. A grande questão é: Por que não ser sincero logo no início? As pessoas reclamam umas das outras pela falta de caráter, sinceridade, egoísmo. Eu vejo de outra maneira, percebo que as pessoas gostam de se decepcionar, como um meio de ter pelo que se esforçar. As pessoas GOSTAM de mentiras, de dúvidas, de desconfiança. GOSTAM de saber que existem pessoas que não são sinceras no que dizem, que mentem que fingem, que fogem de perguntas, de pessoas, de lugares de compromissos. Isso as faz sentir mais sensíveis, faz sentir que estão sempre certas em tudo, como se fossem autruístas, como se fossem sinceras. Eu já ouvi duas vezes na minha vida que minha sinceridade extrema não é uma qualidade. "saiba disso" Mas não é isso que as pessoas exigem umas das outras? Estou confusa. Não sei mais como devo ser. Não sei o que as pessoas querem umas das outras. E eu me sinto aérea. Me sinto enganada na verdade. Como se todos esses 6 anos fossem uma ilusão, sinto que tudo foi fruto da minha imaginação e que nada disso aconteceu. Eu ouvi o que (eu) quis ouvir, fui a lugares que (eu) quis ir, me apaixonei com músicas que retratam o que (eu) senti. Vivi uma vida que (eu) queria que fosse real. De nada adianta querer que a sua vida seja perfeita com o outro, se só voce quiser,só você esperar do outro tudo aquilo que você dá irá querer sozinho, até morrer. Nunca vai acontecer. Isso é a vida esse mar de pessoas que querem encontrar pessoas sinceras. E que quando a encontram, a deixam partir. É como querer que o céu seja vermelho. Almeja que ele seja vermelho, pode imaginá-lo vermelho, mas no fundo, sabe que ele nunca será. E se não fosse utopia?