Two is better than one.




Todos somos capazes de perdoar, com uma única diferença: perdoar não significa esquecer.
A partir da distinção das palavras, literalmente. Quando alguém te machuca, você perdoa,mas não esquece,
quando te magoam, você perdoa mas não esquece.Quando te sacaneiam, você perdoa , mas não esquece.
SEMPRE fica a marca, sempre fica a cicatriz, sempre fica a desconfiança de que vai se repetir , como num loop .
Mas o pior não é a cicatriz, ou a mágoa que ficou, o pior nem mesmo é a desconfiança, o pior é o loop, por que sim, repete, sempre se repete.

As pessoas não mudam , é só o tempo que passa e faz com que fique a ilusão de novos tempos, bons tempos, com promessas de mudanças. Mas não mudam.
As vontades são as mesmas, os sentimentos permanecem, apenas dormem , ou se intensificam como no caso.
A diferença é que o sexo feminino tem mais sensibilidade , mais percepção, é mais vulnerável, tende a se arrepender mais e mais rápido, apesar de suas exceções.
A convivência se torna insuportável quando não há mais a confiança que havia no começo, no começo de tudo, quando tudo era flores e amor.
Mas quando acontece uma vez , a primeira vez, não há como parar, não há como fazer parar, por mais que tente , se esforce e ignore, sabe que acontece.

O tempo passa e percebe que perdeu tanto tempo insistindo em uma coisa na qual TODOS acreditavam, menos você.
Apostando em um plano que nem era seu. Um sacrifício tolo pelo bem de quem você ama.
Uma humilhação incondicional, que só você sabe como se sentiu E SENTE.

Ser sozinha no mundo , solteira, encalhada, seja lá o nome que queiram empregar, não é nem de longe a melhor coisa do mundo, apesar de ser um momento só seu, [só meu] não é o que se quer pro resto da vida. Solidão não tem que ser imposta, tem que ser uma escolha.
Por outro lado ser assediada por um cunhado, ,ser cobiçada pelo marido da pessoa que você mais ama,
alguém que nunca esteve nos seus pensamentos e nunca estaria, a ultima pessoa do mundo que despertaria alguma coisa em você.
Alguém que agora ganhou toda sua antipatia, sua indiferença e seu desprezo,e intensificou seu nojo.
Por mais bom que seja perceber que alguém te deseja não como criança, ou amiga, pra mim é pior do que a solidão até mesmo a imposta.

Quando se pensa que não pode piorar , espere... espere ele fazer de VOCÊ a vilã.... até sua irmã não confiar como antes, até não haver a cumplicidade fraternal que havia ,até a suposta e aparente 'gemialidade' desaparecer.... escapar das suas mãos como se fosse vento, ou haver só lembranças de um verão passado.
Até que chegue um dia que ela nem atende mais suas ligações e então , percebe que acabou a irmandade, a fraternidade a cumplicdade da adolescência que passaram juntas , então percebe que o que evitou , foi inútil, e o quanto tentou proteger,foi inútil. o quanto ignorou, chorou, evitou pelo bem dos planos dela, foi inútil.

Que todo assédio, todos os olhares todo perdão , toda a mágoa, toda lágrima que caiu , foi inútil.
É INÚTIL.
No fim das contas o que restou foi o nojo, a aversão para com quem achava que queria amizade, ou pelo menos tentava acreditar nisso, quando na verdade o sexo-maníaco, só queria uma noite e uma cama compartilhada.

O fato de uma mulher não se interessar por homem casado, cunhado ou não, não significa que ela seja homossexual, significa apenas que ela tem integridade imaculada, ou dignidade, ou excesso de moralismo, como eu mesma já ouvi.

Não me envergonho de ter dito "não"mesmo que da minha forma grosseira, na tentativa de não magoar a irmã. Também não me tornei menos mulher por isso , na verdade minha feminilidade, continua imaculada, até que alguém chegue até ela.

Não há formas de voltar a cumplicidade perdida, aquela da adolescência da gemialidade , da fraternidade.....o casal permanece, unido com sua estabilidade, com ou sem traição, com ou sem ofensas...
E sobrou eu, com orgulho ferido, sofrendo pelos problemas dos outros, com medo de um futuro bruto, com nojo de um malfeitor, mentiroso, fingido e cínico, e na solidão imposta., esperando os dias passarem pra conseguir erguer a cabeça novamente e fazer um futuro próprio.