9 de março de 2011

Os dois lados de uma história


Se não fosse minha vida, se não tivesse acontecido nos dias que seguem os primeiros meses de um ano, desse ano, eu jamais acreditaria numa historia como essa.
É incrível como as coisas acontecem na minha vida ,comigo, com as pessoas com quem eu convivo.
2011 pra mim começou da pior maneira que pode começar o ano de alguém: retrocedendo, com o orgulho ferido, ofendida. Em contra partida, menos de um mês depois uma parte da família do meu pai me encontrou , pela Internet claro. Eu evitei escrever sobe isso, mas eu sabia o tempo todo que eu teria que escrever . Não vou mentir que achei bom e conveniente, nem por um segundo eu pensei que seria diferente, não pensei que dessa vez veriam as coisas, os fatos pelo ângulo que vi e vejo, que aprendi a encarar. Eu nunca vou admitir, nunca vou aceitar que alguém que nunca conviveu comigo me aponte o dedo e diga o que eu fiz ou deixei de fazer, em que ponto eu fui fraca ou perdedora, coisa que inegávelmente eu sou e eu sei que sou.É diferente ouvir a opinião de alguém que esteve ao lado por longos anos, outra coisa é quando um parente distante te encontra e te aponta como loser. É inadmissível.
Não sou inteligente, não sou a dona da verdade, não sou formada em letras nem direito , o fato é que por trás disso há um abismo de acontecimentos,que vem se acumulando durante anos seguidos, e não há palavras que expliquem nem descrevam a vastidão , a imensidão, a gravidade do que aconteceu.
Mas como,justificar? Como explicar vinte e tantos anos de represálias, obrigações impostas, vontades contidas pra uma prima que nasceu na mesma época do outro lado da cidade e que nunca conheci?

A esperança que volta a aflorar é incontrolável, a esperança de ser querida, de ser compreendida sem precisar falar um 'A' que seja, a esperança de que haja cumplicidade instantânea como há na idade, ou no gosto musical é realmente tocante,
nascemos na mesma época, temos os mesmos gostos, a mesma idade,a mesma altura, a mesma cor de pele, Somos primas , verdade. a única diferença é que ela tem uma vida, ela teve uma infância normal, uma adolescência típica, terminou os estudos,se formou, tem uma profissão uma formação,tem uma vida social, teve família, teve a base e tem ainda caso ela precise ,nada do que aconteceu comigo aconteceu com ela, e isso faz toda a diferença , perto dela eu me sinto um lixo. E eu tenho plena consciência de que essa euforia de encontrar [mais primas, no caso dela] vai passar tão rápido quanto o ano começou. É só uma questão de tempo. Como tudo na minha vida, é só uma questão de tempo.
Eu entendo totalmente o lado dela, porque eu no lugar dela seria da mesma forma, talvez apenas não pensasse da mesma forma. Mas se ela tivesse no meu papel,eu nunca acreditaria se ela me contasse, não aceditaria se não fosse minha vida, não acreditaria se EU não tivesse sentido, e vivido, o que eu vivi, não acreditaria se não fosse a minha vida .

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