2 de outubro de 2013

3 metros acima do céu

Eu era linda, maravilhosa, deslumbrante, fabulosamente talentosa, cantava e encantava. No fim a multidão cessou e só restou eu e aquele bad boy lindo que não desgrudava os olhos de mim. o tempo todo eu sentia o calor que os olhares dele me proporcionavam. Eu sentia como se eu fosse a sua musa, mas o tempo todo consciente de que qualquer coisa que acontecesse não passaria de um surto psicótico. Embora fugisse de todos os meus princípios e regras que eu mesma estabeleci pra mim, estava disposta a me permitir ter esse surto psicótico a dois. Por um dia, por uma noite. sair do meu mundo de "senhora controladamente perfeccionista" e moralista e me presentear com uma noite fora dos eixos. Ou fora da lei, como eu diria em outros tempos. E foi assim, que acabei aos beijos afundando as costas de encontro a porta de um caminhão pressionada pelo corpo forte que me impulsionava; beijos dados de bom grado, com uma urgência fora do comum. Então eu entrei no caminhão, e fui com ele, pra onde ele quisesse me levar. Para as estrelas. Três metros acima do céu. Virei e sorri, só pra um minuto depois acordar e perceber que foi um sonho mais do que bom, e que meu dia começava como outro qualquer Mergulhada em um marasmo de solidão, apenas desejando tomar meu café e terminar de ler meu livro, que já estava me deixando ás voltas. E então começou e foi tão rápido que eu não me dei conta de como e nem por que. Apenas meu dia ficou radiante como um quadro vazio que ganha vida a cada pincelada de seu artista. Eu tenho consciência de que não fiz nada de diferente ou de especial, mas fiquei de queixo caído quando me olhei no espelho e vi o reflexo, de alguém inegavelmente satisfeita consigo mesma, radiante, feliz, linda, e o brilho nos olhos de quem sabe que é amada imensuravelmente. Assim ele continuou até o fim na verdade até o começo do outro, também tenho consciência de que fiquei retardando o momento pra que o dia não acabasse, e o sentimento de amor e felicidades plenos não fosse embora. Medo de que ao me deitar ele simplesmente acabe como se nunca tivesse existido. Hoje eu estive irrevogavelmente feliz. Por saber que ele está feliz, que está bem, pelo menos aparentemente. Mesmo sem ter certeza de que fiz a coisa certa, ou fiz o que tinha que fazer, ou o que ele queria, mesmo sem saber se tudo que vivemos ao longo de infindáveis 5 anos foi só pra mim, aconteceu tudo só na minha cabeça, me tratando de uma forma tão condescendente, e tão educada, como qualquer outro conhecido; eu simplesmente tenho a sensação de que nunca deveria ter deixado de me importar se era assim pra ele também. E acho que foi onde eu errei. Criando uma situação na minha versão, da minha percepção, sem saber se pra ele era assim, apenas me valendo do que ele dizia. sem saber se era sincero, ou se era só por educação. Devo dizer que eu realmente fiquei feliz em me colocar no meu lugar de coadjuvante. Desfazer essa confusão. Essa deve ser a correlação entre ser sincero, educado, e sem compromisso. Pois essas são algumas das coisas nas quais as relações giram em torno. Uma coisa eu posso afirmar com certeza. Essa relação que acidentalmente veio parar no meu mundo, eu nunca vou esquecer, e nunca vou apagar, vai ficar comigo pra onde eu for, todas as lembranças boas, por quase não tive ruins, o que me leva a crer mais ainda que toda a fantasia foi exclusivamente minha. Alguém que eu amo com todas as minhas forças, e eu sempre vou amar ao ponto de deixar de lado as minhas vontades pra fazer as dele. Amo de um tamanho sem limites. Na verdade. Três metros acima do céu.

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