28 de setembro de 2013

Amor e Redenção

Comecei a ler muito cedo, aos doze eu já frequentava bibliotecas, e aquelas bancas de revistas, comprava 3 a 5 exemplares de uma serie de livros na nova cultural e eu era fascinada por aquelas histórias apaixonantes. E eu sonhava com um amor daqueles pra mim. Ninguém pode me culpar, que garota não sonharia? Aquelas explosões de sentimentos e emoções que juntos constiuíam uma relação duradoura, regada a lealdade, confiança sinceridades em suas formas mais inquestionáveis. Amores que queimam como a lenha na lareira, paixão, sensualidade, amor.. Amor. Sem perceber eu sempre alimentei isso em mim, sempre ansiando, desejando, esperando e sonhando com um amor transcendental, desses que ultrapassam as barreiras sociais de idade,classe social, nível social e todo esse conjunto de regras que normalmente são classificados como pré-requisitos. Demoro um tempo pra perceber que não é assim que funciona na realidade. Embora seja possível que enxergar sinais de que estamos vivenciando esse tipo de amor arrebatador, acredito que são sinais criados apenas em um subconsciente que pensamos ser real pela intensidade que desejamos que seja. Na realidade é como se a felicidade plena de um só possa ser possível a partir da infelicidade do outro. Pelo menos no que me diz respeito é assim que aparentemente acontece. Quer dizer o que há de errado com os amores de hoje? Com o sentimento em si como sendo o elo de união entre duas pessoas? Não o sentimento em sí é único, imutável, tem sido assim por anos, ele jamais mudaria. Tenho razões pra acreditar que são as pessoas que o deturpam e o fazem parecer inalcançável. Como um tipo de divindade, indigna de qualquer um. Eu de alguma forma meio que deixei esse assunto de lado, aparentemente eu nasci pra dar espaço. Pra fazer com que o outro seja feliz, assim abrindo mão da minha felicidade plena. Meus desejos, minhas dependências, sempre ficaram em segundo plano, e isso ficou bem claro pra mim. Tipo um carma. Um castigo divino por algum motivo que eu deliberadamente não reconheço. Me pergunto por que eu sempre eu que tenho que ficar na berlinda, por que sempre eu quem tenho que abrir mão de ser feliz.Ceder a minha pela felicidade do outro a quem eu amo. por que não pode ser eu a pessoa feliz da vez, como dessa vez? Como se nunca chegasse a minha vez de ser feliz no amor. Não me arrependo de dar espaço, nunca me arrependi de me afastar pra que o outro fosse feliz, porque é isso que ele obviamente quer de mim. Que eu me afaste e fique longe, e o deixe em paz, é sempre assim.como num ciclo vicioso, ou algum tipo de maldição. Eu nunca vou querer que alguém fique ao meu lado por educação, ou o que quer que seja. Se um dia acontecer, que seja pelo sentimento reciproco. Não um simples dar de ombros como um "tanto faz". Eu quero amor, mais do que isso, eu quero ser correspondida. Por que amar eu sei, eu amo. Se não amasse não o deixaria em detrimento do que eu sinto. Ser correspondida é o que me faria feliz. Se eu pudesse ser feliz. Pois as pessoas a quem eu me apego e adquiro esse amor ao longo de um tempo simplesmente se recusam a manter o elo comigo. Se resignam simplesmente a olhar por cima da minha cabeça enxergando um futuro brilhante pela frente não querendo se comprometer ao sentimento, talvez por medo de se arrependerem. Não, definitivamente não por medo de se arrependerem. Um motivo qualquer, pelo qual eu acabo sempre deitada molhando o travesseiro, esperando uma conversa que nunca vai acontecer sofrendo a fim de fazê-lo feliz, sabendo ao mesmo tempo que esse e um sentimento cultivado apenas por mim no momento, e que esse amor correspondido e em perfeita sintonia tem estado preso nas páginas dos livros que eu tanto leio.

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