26 de dezembro de 2008

Um diário

Houve um tempo em que eu realmente achava besta, fútil e infantil fazer um diário e escrever.
Na verdade ainda tenho meio vergonha, ou sei lá o que.
Mas agora acho que se tornou uma certa forma de me expressar, desabafo interior, mas de uma forma madura sem ser considerado besteira, ou infanto-juvenil.
Normal.
Uma vida em segredo.
Segredo de confissão, lamento, pranto que desconhece as lágrimas; pois elas já não são mais necessarias. Dúvidas questionamento, versos e verdades, cogitações, amores sentidos e não vividos.
E os que ainda estão por vir.

Pensamentos... palavras...
São só pensamentos...
São só palavras...


No mês passado conheci um garoto. Ele faz curso no mesmo projeto que eu e então ocorreu de nos conhecermos. Ele se aproximou e começou conversa.
É bonito, 21 anos, inteligente. Bom.
Mas acha que sabe muito, de tudo, de mim. Acha que vou mudar, que sou ainda meio imatura.
Pelomenos numa coisa concordo com ele: não me conheço 100% e acho que nunca o farei com perfeição e plenitude.
Ele gosta de falar. Isso eu percebi.
Até beijou meus pés quando estávamos na rede. Quase meia- noite.
MÁGICO.

Sem querer me envolvi, e acabei descobrindo o que desconhecia de mim.
Estava lá exposta, novamente; mas isso já não é mais problema.
Nos encontramos novamente. Na praça, uma reunião, debate. Ele esteve lá.
Não senti nada demais. PROGREDI.
Conversamos.
Nos cumprimentamos, duas vezes, não o beijei no rosto polidamente, mas aceitei o gesto da parte dele. Acho que ele não percebeu mas eu vi a diferença.
Não pelo tempo transcorrido mas pela afinidade controlada. Superei, progredi.
Isso também não vai mais me sufocar, não me prenderá como antes. Eu não vou deixar .
Não me sinto estranha, nem prepotente. Apenas auto- defensiva, auto-flagelada, como ele diz.
Espero ser amiga dele sim, com certeza. Mas não gostaria que ele esperasse isso de mim.
Hoje me senti importante e útil para alguém que nem ao menos sabe da minha existência, mas deu-me um caderno lindo e um chocolate. Não era meio amargo mas mata minha vontade.
Me senti bem.

"mas quando deito e durmo, não existo. Ou existo, nos sonhos mais estranhos e sangrentos que gostaria de não ter."

"A dor de não ter tido supera em vastos a dor de ter perdido."

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